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Holding Familiar: Uma ferramenta para planejamento sucessório, não para blindagem de patrimônio!

  • Foto do escritor: Ticiane Trindade Lo
    Ticiane Trindade Lo
  • 3 de nov.
  • 3 min de leitura

A holding familiar é uma empresa criada para facilitar o planejamento sucessório, proteger o patrimônio da família e garantir a sua manutenção a longo prazo. No entanto, é um grande erro pensar que ela serve para blindar bens ou desviar patrimônio de outras empresas com o objetivo de evitar dívidas.


Muitos empresários mal-intencionados transferem dinheiro e bens de suas empresas para uma holding familiar na tentativa de "esvaziá-las" e evitar que os credores tenham acesso a esses recursos.


Essa estratégia é ineficaz porque:


  • O dinheiro deixa rastro: Com a tecnologia e a integração de dados entre órgãos como a Receita Federal, cartórios e o COAF, é fácil rastrear a origem do dinheiro. A falta de comprovação da origem dos bens de uma holding é um motivo forte para que ela seja questionada e até desfeita judicialmente.


  • Presunção de desvio: A transferência de patrimônio para uma holding, especialmente para filhos menores, enquanto a empresa original se torna insolvente, cria uma presunção de desvio de capital (motivo de desconsideração da personalidade jurídica). Nesses casos, os credores podem se voltar contra a holding, e caberá aos herdeiros provar a origem lícita do patrimônio, algo extremamente difícil se o dinheiro realmente veio da empresa devedora.


  • Adiantamento de legítima: Outra tese legal que pode ser aplicada é a do "adiantamento de legítima". A transferência de bens para os filhos pode ser vista como um adiantamento da herança, e o patrimônio pode ser trazido de volta para a massa de bens do devedor para quitar as dívidas.


Em resumo, na era da informação, tentar enganar a justiça com a criação de holdings para desviar patrimônio é uma estratégia inútil e perigosa. A transparência e o cruzamento de dados tornam praticamente impossível esconder o rastro do dinheiro.

 

 

O grande engano da blindagem patrimonial com holding familiar


A ideia de que uma holding familiar é a solução mágica para blindar patrimônio e fugir de credores é um mito perigoso. Embora seja uma ferramenta excelente para o planejamento sucessório, muita gente, mal-informada, acaba caindo em um grande equívoco: usar a holding para desviar bens e dinheiro de outras empresas.

Essa estratégia é, na verdade, uma perda de tempo e um risco desnecessário. A seguir, destrinchamos os motivos que tornam a "blindagem" por meio de uma holding uma prática inútil e ilegal.


O dinheiro deixa rastro


Vivemos na era da informação. Graças à tecnologia e à colaboração entre órgãos como a Receita Federal, cartórios e o COAF (Unidade de Inteligência Financeira), é praticamente impossível esconder a origem de um bem.

A falta de lastro financeiro, ou seja, a incapacidade de provar de onde veio o dinheiro para constituir a holding, é um dos principais motivos para que ela seja questionada e, até mesmo, desfeita pela justiça. O caminho do dinheiro é um rastro que as autoridades conseguem seguir com facilidade.


A presunção de desvio de patrimônio


Imagine a seguinte situação: um empresário começa a transferir dinheiro e bens para uma holding criada em nome dos filhos, muitas vezes ainda menores. Quando ele ou sua empresa original se tornam insolventes, os credores podem se voltar contra a holding dos filhos.

Nesse cenário, a justiça presume que houve um desvio de patrimônio. O ônus da prova recai sobre os filhos: eles precisarão comprovar que o capital da holding tem uma origem legítima, algo quase impossível se de fato veio da empresa devedora.


Adiantamento de legítima e suas consequências


Outra tese jurídica que pode ser usada é a do adiantamento de legítima. Se um pai transfere bens para uma holding dos filhos e depois se torna insolvente, essa ação pode ser interpretada como um adiantamento da herança.


O resultado? O patrimônio pode ser reintegrado ao do devedor para quitar as dívidas, anulando qualquer tentativa de "blindagem".



Em resumo, a holding familiar é um instrumento poderoso para o planejamento da sucessão e a proteção do patrimônio, mas ela não é um véu de invisibilidade contra a justiça e os credores. A transparência e o cruzamento de informações tornam cada vez mais difícil tentar enganar o sistema. Tentar fazer isso não é apenas uma estratégia ineficaz, mas também uma prática que pode trazer sérios problemas legais.

 
 
 

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