As Babás de Higienópolis: Heroínas Invisíveis da Infância Brasileira
- Bruno Ezagui
- há 1 dia
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Há um certo olhar enviesado que paira sobre as ruas de Higienópolis, aquele olhar que julga as babás uniformizadas empurrando carrinhos, cuidando dos filhos de outros enquanto seus próprios crescem longe.
Todavia o que poucos percebem é que, por trás do uniforme ou do jaleco branco e do olhar atento, há profissionais de excelência, mulheres qualificadas, que carregam em si o mais nobre dos dons: a renúncia em nome do cuidado dos filhos de suas patroas.
Essas mulheres são pedagogas da afetividade. Sabem reconhecer o choro de um bebê antes mesmo dos pais. Entendem de rotina, de nutrição, de segurança, de amor silencioso e empático.
São treinadas, estudadas, versadas na empatia e muitas vezes, mais presentes na formação emocional de uma criança do que aqueles que as contratam.
E, no entanto, são frequentemente invisibilizadas, reduzidas a um estereótipo de classe, esquecendo-se que profissão não define valor humano.
Quando uma babá atravessa a cidade para chegar a Higienópolis às seis da manhã, ela não carrega apenas uma mochila, carrega a dignidade de quem escolhe cuidar, de quem doa tempo, paciência e vida. (Temos também aquelas que dormem nos lares de seus patrões, voltando somente para seus lares nos finais de semana)
São mulheres que constroem, todos os dias, uma ponte silenciosa entre mundos desiguais.
Defender essas profissionais é reconhecer que a sociedade só se torna mais justa quando o cuidado é valorizado, quando o afeto é reconhecido como trabalho e quando a empatia substitui o preconceito.
E diante de tudo isso, cabe uma reflexão:
Se essas mulheres renunciam tanto de suas vidas pessoais, e cuidam com tanto amor e profissionalismo dos filhos de seus patrões, o incômodo sobre seus salários não seria por motivos mesquinhos, ou algum tipo de preconceito em relação a essas profissionais, que merecem toda a nossa consideração e admiração pelo gesto de amor no trabalho?
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Bruno Ezagui
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